Publicado originalmente no Instagram | 15 de Abril de 2020
Hoje 15 de Abril é o Dia Nacional de Conservação do Solo. ?
Mas, por que se preocupar com essa data? Simples, sem solo não há alimento e não há vida.
Como biólogo tenho muita preocupação com a sustentabilidade do planeta, nesta foto aí estou trabalhando no plantio para recuperação da nascente do Rio Paraibuna, no município de Antônio Carlos. ?
Para conservação do solo e da água, defendo os conceitos de agroecologia e ILPF (integração lavoura – pecuária – floresta) com um amplo programa de extensão rural, com terraceamento e barraginhas.
➡Compartilhe com seus amigos a importância desta data e vamos juntos nessa caminhada!
Neste dia, acompanhei as postagens de sites ambientais e tive a grata surpresa de ler um artigo de uma amiga, Dra. Gisella Meneguelli, que publica sempre ótimos artigos no portal https://www.greenme.com.br/
Reproduzo aqui seu artigo para o dia nacional da conservação do solos. Disponível em: https://www.greenme.com.br/informarse/agricultura/6563-2018-dia-nacional-da-conservacao-do-solo/
15 de abril é Dia Nacional da Conservação do Solo
Você sabia que existe o Dia Nacional da Conservação do Solo? Mas por que será que é importante ter uma data para celebrar a conservação do solo?
No dia 15 de abril, comemora-se o Dia Nacional da Conservação do Solo com o objetivo de estimular uma crítica social sobre o quão fundamental é utilizar o solo corretamente, haja vista que se trata de um recurso natural que produz alimentos.
A data foi oficializada por meio da Lei nº 7.876, de 13 de novembro de 1989, por uma iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a fim de homenagear o conservacionista Hugh Hammond Bennett, considerado o “pai da conservação do solo” nos Estados Unidos e um exemplo para todos os outros países.
Com conscientização, podemos evitar a contaminação do solo e exigir dos agentes públicos políticas de conservação desse recurso. São muitos os fatores que provocam a poluição do solo: formas incorretas de deposição de resíduos, acumulação e enterramento de produtos poluentes, seja em estado líquido, sólido, gasoso.
Quantidade de solos degradados e consequências
Um relatório da FAO, lançado em Roma, mas que contou com participação da equipe da Embrapa Solos (Rio de Janeiro), revela que 33% dos solos do mundo estão degradados por erosão, salinização, compactação, acidificação e contaminação, segundo informa a Embrapa.
Os prejuízos dessa realidade são o agravamento das enchentes, a perda de fertilidade, menor captação de carbono da atmosfera, o que interfere nas mudanças climáticas. A erosão do solo, por exemplo, é responsável por eliminar de 25 a 40 bilhões de toneladas de solo por ano!
Na América Latina, o cenário preocupa, pois cerca de 50% dos solos da região sofrem algum tipo de degradação. “No Brasil, os principais problemas encontrados são erosão, perda de carbono orgânico, e desequilíbrio de nutrientes”, explica Maria de Lourdes Mendonça, pesquisadora da Embrapa Solos.
Segundo ela, a produção agrícola familiar, por ausência de políticas públicas que instruam o pequeno agricultor, contribui sobremaneira para a retirada de nutrientes do solo. O Brasil possui muitas áreas disponíveis para serem incorporadas à agricultura, mas é preciso que sejam adotadas ações sustentáveis na produção de alimentos.
Dentre as tecnologias já existentes mas que precisam ser incorporadas pelos agricultores, Maria de Lourdes destaca o plantio direto, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e a fixação biológica de nitrogênio.
A América Latina ainda sofre com a acidez do solo, um obstáculo à produção de alimentos. Os solos mais ácidos do mundo estão justamente localizados na região, que sofreu com o desmatamento e a agricultura intensiva.
No Brasil, outros problemas sofridos pelo solo brasileiro são: salinização, poluição e acidificação. O primeiro deles afeta principalmente o nordeste, por causa da irrigação em áreas impróprias.
Um futuro preocupante
O alarmante é que, até 2030, para abastecer a população mundial será necessário aumentar a produtividade de alimentos em 60%, já que se estima que seremos 8,5 bilhões de pessoas habitando o planeta.
O diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, explica que a perda dos solos produtivos, além de prejudicar a produção e a segurança alimentares, aumenta o preço dos alimentos e, com isso, o número de pessoas com fome e na linha da pobreza.
Além do 15 de abril, em outras datas também comemora-se o solo, são elas: 22 de abril (Dia Internacional da Mãe Terra) e 5 de dezembro (Dia Mundial do Solo).
Mesmo com todas essas datas alertando para as consequências do mau uso do solo e para a importância de sua preservação, governos e pessoas ainda não atinaram que a fome pode ser, em breve, um dos principais problemas que irá acometer a todos nós.
Conscientizar e Preservar! Compartilhe a importância desta data!
GISELLA MENEGUELLI É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o GreenMe desde 2015.